Enciclopédia traz todos os seres vivos do planeta
20:18 Posted In 2º Ano
Imagine o "Livro de Todas as Espécies", um volume único composto de descrições de página única sobre todas as espécies conhecidas pela ciência. Em uma página estaria o mergulhão de pés azuis. Na outra, o pinheiro Douglas. Em outra, o cogumelo ostra. Caso você tivesse um exemplar do "Livro de Todas as Espécies", seria necessária uma estante considerável para guardá-lo. Apenas para abarcar o 1,8 milhão de espécies conhecidas, o livro teria de ter comprimento de cerca de 100 metros. E o leitor teria de estar disposto a manter a estante em expansão permanente, porque os cientistas estimam que existam 10 vezes mais espécies à espera de descoberta. Parece surreal, mas há cientistas escrevendo o "Livro de Todas as Espécies". Ou, para ser exato, eles estão criando realizando a mesma tarefa por meio de um site na web chamado "Encyclopedia of Life" (www.eol.org). Na quinta-feira, a equipe internacional de cientistas que comanda o projeto apresentou as primeiras 30 mil páginas, e dentro de uma década a previsão é que a dimensão total chegue ao 1,77 milhão de páginas.
Embora muitas dessas páginas devam parecer inicialmente esparsas, os autores esperam que a comunidade científica mundial agregue conhecimentos a elas. "A enciclopédia conterá tudo que existe de conhecido, e tudo que surgir de novo será acrescentado, com o tempo", disse Edward Wilson, o biólogo da Universidade Harvard que impulsionou a criação do projeto e hoje é seu presidente de honra.
Outros especialistas, não envolvidos no projeto, o elogiam como imensamente promissor. "Certamente acredito que seja uma grande idéia", disse Jody Hey, biólogo da Universidade Rutgers.
Mas diversos pesquisadores duvidam que o projeto seja capaz de atingir seu objetivo último. A enciclopédia não representa a primeira tentativa de catalogar todas as espécies que existem no planeta, e todos os esforços anteriores fracassaram. "Vi 20 anos de boas idéias que chegaram a lugar algum", disse Daniel Brooks, biólogo da Universidade de Toronto.
Wilson esteve envolvido em algumas dessas tentativas fracassadas. Mas nos últimos anos, diversos avanços na tecnologia de bancos de dados tornaram o objetivo mais realista. Hoje, os biólogos são capazes de consultar bancos de dados que abrigam seqüências de DNA de centenas de milhares de espécies, por exemplo.
Também existem bancos de dados mais detalhados sobre grupos de espécies, como os mamíferos, fungos e parasitas. Em 2003, Wilson escreveu um estudo no qual solicitava que toda essa informação estivesse disponível em um mesmo lugar.
Ele e seus colegas em seguida persuadiram a John D. and Catharine T. MacArthur Foundation a contribuir com verbas para que um consórcio de universidades, museus e instituições científicas organizassem o projeto. A Fundação Alfred P. Sloan e alguns de seus parceiros estão contribuindo, igualmente. A enciclopédia terá orçamento de cerca de US$ 50 milhões para seus cinco primeiros anos de operação.
Quando Wilson e seus colegas anunciaram o início da Encyclopedia of Life, em maio passado, o site era pouco mais que algumas páginas-modelo. Por trás das cenas, cientistas do Laboratório de Biologia Marinha de Woods Hole, Massachusetts, estavam ocupados construindo um sistema para colocar informação científica online rapidamente.
"Se nos sentássemos diante de um computador e começássemos a escrever do zero, preparar a enciclopédia seria virtualmente impossível", disse James Edwards, o diretor executivo do projeto.
Os designers criaram um software capaz de extrair informação automaticamente - mapas, seqüências de DNA, sons de pássaros, fotografias, árvores evolutivas, etc. - de diversas fontes, e organizá-las em um único lugar, sob um formato padronizado.
Dez das maiores bibliotecas de história natural do mundo estão escaneando milhões de páginas de literatura científica, e os textos que elas contêm estão sendo vasculhados por programas de computador, em busca de informações para acrescer às páginas.
"O desenvolvimento atual do projeto me espantou", disse Wilson. "Pensei que nós discutiríamos por muito mais tempo, e que teríamos de nos esforçar para promover a idéia".
A versão lançada na quinta-feira não fica nem perto do que será o produto final, alertou Edwards. "Será um primeiro rascunho", disse. "O lançamento foi antecipado para que descubramos como as pessoas reagem ao produto". As 30 mil espécies da primeira versão virão primordialmente de bancos de dados sobre peixes, anfíbios e plantas.
Especialistas também criaram 24 "páginas de exemplos" detalhadas, para demonstrar o volume de informação que a enciclopédia pode oferecer. Elas incluem espécies muito estudadas como mosquito da febre amarela, o pinheiro branco e o cogumelo Amanita phalloides.
Os pesquisadores querem garantir que o site seja útil para cientistas e não cientistas igualmente, de modo que criaram uma barra deslizante que permite que os leitores escolham o nível de detalhe desejado. Também estão desenvolvendo maneiras de manipular a informação de modo a torná-la útil de diversas maneiras.
"O usuário poderá baixar um guia de campo personalizado", disse Edwards. "Ele pode procurar dados sobre uma reserva natural que planeja visitar na Tailândia".
Os cientistas, enquanto isso, poderão usar a "Encyclopedia of Life" para conduzir pesquisas originais. Um grupo de pesquisadores já planeja comparar como diferentes espécies envelhecem, a fim de compreender a biologia do envelhecimento. Fonte: The New York Times
Embora muitas dessas páginas devam parecer inicialmente esparsas, os autores esperam que a comunidade científica mundial agregue conhecimentos a elas. "A enciclopédia conterá tudo que existe de conhecido, e tudo que surgir de novo será acrescentado, com o tempo", disse Edward Wilson, o biólogo da Universidade Harvard que impulsionou a criação do projeto e hoje é seu presidente de honra.
Outros especialistas, não envolvidos no projeto, o elogiam como imensamente promissor. "Certamente acredito que seja uma grande idéia", disse Jody Hey, biólogo da Universidade Rutgers.
Mas diversos pesquisadores duvidam que o projeto seja capaz de atingir seu objetivo último. A enciclopédia não representa a primeira tentativa de catalogar todas as espécies que existem no planeta, e todos os esforços anteriores fracassaram. "Vi 20 anos de boas idéias que chegaram a lugar algum", disse Daniel Brooks, biólogo da Universidade de Toronto.
Wilson esteve envolvido em algumas dessas tentativas fracassadas. Mas nos últimos anos, diversos avanços na tecnologia de bancos de dados tornaram o objetivo mais realista. Hoje, os biólogos são capazes de consultar bancos de dados que abrigam seqüências de DNA de centenas de milhares de espécies, por exemplo.
Também existem bancos de dados mais detalhados sobre grupos de espécies, como os mamíferos, fungos e parasitas. Em 2003, Wilson escreveu um estudo no qual solicitava que toda essa informação estivesse disponível em um mesmo lugar.
Ele e seus colegas em seguida persuadiram a John D. and Catharine T. MacArthur Foundation a contribuir com verbas para que um consórcio de universidades, museus e instituições científicas organizassem o projeto. A Fundação Alfred P. Sloan e alguns de seus parceiros estão contribuindo, igualmente. A enciclopédia terá orçamento de cerca de US$ 50 milhões para seus cinco primeiros anos de operação.
Quando Wilson e seus colegas anunciaram o início da Encyclopedia of Life, em maio passado, o site era pouco mais que algumas páginas-modelo. Por trás das cenas, cientistas do Laboratório de Biologia Marinha de Woods Hole, Massachusetts, estavam ocupados construindo um sistema para colocar informação científica online rapidamente.
"Se nos sentássemos diante de um computador e começássemos a escrever do zero, preparar a enciclopédia seria virtualmente impossível", disse James Edwards, o diretor executivo do projeto.
Os designers criaram um software capaz de extrair informação automaticamente - mapas, seqüências de DNA, sons de pássaros, fotografias, árvores evolutivas, etc. - de diversas fontes, e organizá-las em um único lugar, sob um formato padronizado.
Dez das maiores bibliotecas de história natural do mundo estão escaneando milhões de páginas de literatura científica, e os textos que elas contêm estão sendo vasculhados por programas de computador, em busca de informações para acrescer às páginas.
"O desenvolvimento atual do projeto me espantou", disse Wilson. "Pensei que nós discutiríamos por muito mais tempo, e que teríamos de nos esforçar para promover a idéia".
A versão lançada na quinta-feira não fica nem perto do que será o produto final, alertou Edwards. "Será um primeiro rascunho", disse. "O lançamento foi antecipado para que descubramos como as pessoas reagem ao produto". As 30 mil espécies da primeira versão virão primordialmente de bancos de dados sobre peixes, anfíbios e plantas.
Especialistas também criaram 24 "páginas de exemplos" detalhadas, para demonstrar o volume de informação que a enciclopédia pode oferecer. Elas incluem espécies muito estudadas como mosquito da febre amarela, o pinheiro branco e o cogumelo Amanita phalloides.
Os pesquisadores querem garantir que o site seja útil para cientistas e não cientistas igualmente, de modo que criaram uma barra deslizante que permite que os leitores escolham o nível de detalhe desejado. Também estão desenvolvendo maneiras de manipular a informação de modo a torná-la útil de diversas maneiras.
"O usuário poderá baixar um guia de campo personalizado", disse Edwards. "Ele pode procurar dados sobre uma reserva natural que planeja visitar na Tailândia".
Os cientistas, enquanto isso, poderão usar a "Encyclopedia of Life" para conduzir pesquisas originais. Um grupo de pesquisadores já planeja comparar como diferentes espécies envelhecem, a fim de compreender a biologia do envelhecimento. Fonte: The New York Times