Alto nível de CO2 deixa soja vulnerável a insetos
19:35 Posted In 2º AnoColheitas de soja ficam mais vulneráveis ao ataque de insetos quanto mais alta for a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, revela um estudo feito pela Universidade americana de Illinois.
Pés de soja submetidos a altos níveis de CO2 não apenas produzem mais carboidratos ¿ que atraem mais insetos ¿ como perdem a capacidade de sintetizar uma substância química que atua como um mecanismo de defesa natural contra os predadores, segundo os cientistas.
O experimento, publicado na edição online da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, utilizou instalações que permitem expor as plantas de soja a diferentes níveis de CO2 e ozônio sem isolar a plantação de outras influências, como chuva, luz solar e insetos.
Os cientistas sabiam que altos níveis de CO2 aceleram a fotossíntese e elevam a proporção de carboidratos em relação ao nitrogênio nos pés de soja. Por isso, eles já esperavam comprovar que os insetos devorariam mais plantas submetidas a CO2 para conseguir alcançar o nível de nitrogênio de que eles precisam.
No experimento prático, entretanto, os resultados não apenas demonstraram a validade desta hipótese, como exibiram um efeito diferente: os insetos atraídos para as plantas submetidas a altos níveis de CO2 viviam mais e se reproduziam com mais facilidade.
Para comprovar que este efeito não se deveu simplesmente ao aumento do carboidrato nas plantas, eles repetiram o experimento mantendo o nível alto de açúcares nos pés de soja, mas baixando o nível de CO2 a que eles eram submetidos. Os prejuízos causados por insetos não foram tão grandes como no primeiro caso.
"O que descobrimos é que as folhas submetidas a altos níveis de CO2 perdem sua capacidade de produzir ácido jasmônico (uma substância que dificulta a digestão das folhas soja pelos insetos)", disse um dos cientistas, Evan DeLucia. "As folhas já não estão protegidas adequadamente, e todo o sistema de defesa é posto abaixo."
CO2A pesquisa é divulgada no momento em que líderes mundiais se unem à comunidade científica para discutir como conter a concentração atmosférica de CO2 para frear o aquecimento global.
Algumas previsões consideradas pelos cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), da ONU, estimam que a concentração pode saltar de cerca de 380 partes por milhão (ppm) atualmente para 550 ppm até 2050.
Para se ter uma idéia, a concentração era de 280 ppm nos 600 mil anos anteriores à Revolução Industrial, no século 18. Ecologistas acusam produtores de soja no Brasil e nos Estados Unidos de piorar o cenário, destruindo mata nativa e gerando gases que causam o efeito estufa.
Os cientistas americanos vão agora analisar se o aumento da vulnerabilidade a insetos pode ser verificado em outras plantas expostas a altos níveis de CO2.
Pés de soja submetidos a altos níveis de CO2 não apenas produzem mais carboidratos ¿ que atraem mais insetos ¿ como perdem a capacidade de sintetizar uma substância química que atua como um mecanismo de defesa natural contra os predadores, segundo os cientistas.
O experimento, publicado na edição online da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, utilizou instalações que permitem expor as plantas de soja a diferentes níveis de CO2 e ozônio sem isolar a plantação de outras influências, como chuva, luz solar e insetos.
Os cientistas sabiam que altos níveis de CO2 aceleram a fotossíntese e elevam a proporção de carboidratos em relação ao nitrogênio nos pés de soja. Por isso, eles já esperavam comprovar que os insetos devorariam mais plantas submetidas a CO2 para conseguir alcançar o nível de nitrogênio de que eles precisam.
No experimento prático, entretanto, os resultados não apenas demonstraram a validade desta hipótese, como exibiram um efeito diferente: os insetos atraídos para as plantas submetidas a altos níveis de CO2 viviam mais e se reproduziam com mais facilidade.
Para comprovar que este efeito não se deveu simplesmente ao aumento do carboidrato nas plantas, eles repetiram o experimento mantendo o nível alto de açúcares nos pés de soja, mas baixando o nível de CO2 a que eles eram submetidos. Os prejuízos causados por insetos não foram tão grandes como no primeiro caso.
"O que descobrimos é que as folhas submetidas a altos níveis de CO2 perdem sua capacidade de produzir ácido jasmônico (uma substância que dificulta a digestão das folhas soja pelos insetos)", disse um dos cientistas, Evan DeLucia. "As folhas já não estão protegidas adequadamente, e todo o sistema de defesa é posto abaixo."
CO2A pesquisa é divulgada no momento em que líderes mundiais se unem à comunidade científica para discutir como conter a concentração atmosférica de CO2 para frear o aquecimento global.
Algumas previsões consideradas pelos cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), da ONU, estimam que a concentração pode saltar de cerca de 380 partes por milhão (ppm) atualmente para 550 ppm até 2050.
Para se ter uma idéia, a concentração era de 280 ppm nos 600 mil anos anteriores à Revolução Industrial, no século 18. Ecologistas acusam produtores de soja no Brasil e nos Estados Unidos de piorar o cenário, destruindo mata nativa e gerando gases que causam o efeito estufa.
Os cientistas americanos vão agora analisar se o aumento da vulnerabilidade a insetos pode ser verificado em outras plantas expostas a altos níveis de CO2.