Fóssil de maxilar seria de hominídeo europeu mais antigo
19:43 Posted In 3º AnoOs restos de um hominídeo com cerca de 1,3 milhão de anos, que pode ser o primeiro europeu ocidental, descendente dos "imigrantes" do Leste, foram descobertos na Espanha. O achado lançou novas dúvidas sobre a ocupação humana no velho continente.
Os fragmentos foram encontrados em uma caverna da cidade de Atapuerca, próxima de Burgos, no nordeste da Espanha. Com isso, se abre um novo episódio da complexa história da evolução do homem, e, em particular, dos habitantes da Eurásia pré-histórica.
Para a equipe de espanhóis e americanos responsáveis pela descoberta destes fósseis - uma mandíbula parcial e um pré-molar inferior pertencentes ao mesmo indivíduo -, que constituem os restos mais antigos identificados, remetem à primeira ocupação humana da Europa ocidental. Foram descobertas ainda nas proximidades algumas ferramentas de pedra e restos ósseos de animais, que contribuíram para a datação.
Liderada pelo pesquisador Eudald Carbonell, do Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social (IPHES), os cientistas atribuíram esses restos a um "homo antecessor" ao homem de Atapuerca, cujos primeiros fósseis, de 800 mil anos de idade, foram descobertos a partir de 1994 em covas vizinhas.
Os novos elementos somados aos resultados das pesquisas precedentes em Atapuerca sugerem que aconteceu "uma especiação (formação de uma espécie) no Paleolítico Inferior, nesta área da extremidade (ocidental) do continente eurasiático". Essa nova espécie de hominídeo teria surgido com a chegada, na península Ibérica, de uma população originária do Leste, constituída por descendentes da primeira expansão demográfica procedente da África, talvez vindos do Oriente Médio ou do Cáucaso.
Foi nesta última região que se encontraram recentemente, em Dmanissi (Geórgia), os primeiros humanos "não africanos", datados de cerca de 1,8 milhão de anos de idade. Curiosamente, sua anatomia relembra tanto os primeiros representantes do grupo homo, os 'homo habilis' (que apareceram na África do Leste há 2,4 milhões de anos), como aos considerados seus descendentes, os 'homo erectus', que surgiram há cerca de 1,7 milhão de anos.
Contudo, essa teoria da "descendência" entre o 'habilis' e 'erectus' foi vista com suspeita em um recente estudo que aponta que ambos conviveram no Quênia, durante pelo menos uma parte da sua existência. Apesar dos diferentes graus de evolução anatômica, ambas as espécies descenderiam, segundo essa pesquisa, de um antepassado comum.
Paralelamente, as teorias da evolução do homem de Neandertal também têm sido reavaliadas nos últimos tempos. Considerado tradicionalmente o habitante característico da Europa glacial, esse gênero não teria ido mais além do Oriente Médio e da Ásia Ocidental. Contudo, já foram encontrados restos dele na Sibéria, ou seja, a 2 mil km ao leste da linha que, até agora, se acreditava que ele não tinha cruzado.
Esse homem de Neandertal e o homem moderno poderiam, segundo alguns pesquisadores, ser o descendente dos "espanhóis" de Atapuerca, cujos restos mais antigos acabam de ser descobertos próximo de Burgos.
Para a equipe de espanhóis e americanos responsáveis pela descoberta destes fósseis - uma mandíbula parcial e um pré-molar inferior pertencentes ao mesmo indivíduo -, que constituem os restos mais antigos identificados, remetem à primeira ocupação humana da Europa ocidental. Foram descobertas ainda nas proximidades algumas ferramentas de pedra e restos ósseos de animais, que contribuíram para a datação.
Liderada pelo pesquisador Eudald Carbonell, do Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social (IPHES), os cientistas atribuíram esses restos a um "homo antecessor" ao homem de Atapuerca, cujos primeiros fósseis, de 800 mil anos de idade, foram descobertos a partir de 1994 em covas vizinhas.
Os novos elementos somados aos resultados das pesquisas precedentes em Atapuerca sugerem que aconteceu "uma especiação (formação de uma espécie) no Paleolítico Inferior, nesta área da extremidade (ocidental) do continente eurasiático". Essa nova espécie de hominídeo teria surgido com a chegada, na península Ibérica, de uma população originária do Leste, constituída por descendentes da primeira expansão demográfica procedente da África, talvez vindos do Oriente Médio ou do Cáucaso.
Foi nesta última região que se encontraram recentemente, em Dmanissi (Geórgia), os primeiros humanos "não africanos", datados de cerca de 1,8 milhão de anos de idade. Curiosamente, sua anatomia relembra tanto os primeiros representantes do grupo homo, os 'homo habilis' (que apareceram na África do Leste há 2,4 milhões de anos), como aos considerados seus descendentes, os 'homo erectus', que surgiram há cerca de 1,7 milhão de anos.
Contudo, essa teoria da "descendência" entre o 'habilis' e 'erectus' foi vista com suspeita em um recente estudo que aponta que ambos conviveram no Quênia, durante pelo menos uma parte da sua existência. Apesar dos diferentes graus de evolução anatômica, ambas as espécies descenderiam, segundo essa pesquisa, de um antepassado comum.
Paralelamente, as teorias da evolução do homem de Neandertal também têm sido reavaliadas nos últimos tempos. Considerado tradicionalmente o habitante característico da Europa glacial, esse gênero não teria ido mais além do Oriente Médio e da Ásia Ocidental. Contudo, já foram encontrados restos dele na Sibéria, ou seja, a 2 mil km ao leste da linha que, até agora, se acreditava que ele não tinha cruzado.
Esse homem de Neandertal e o homem moderno poderiam, segundo alguns pesquisadores, ser o descendente dos "espanhóis" de Atapuerca, cujos restos mais antigos acabam de ser descobertos próximo de Burgos.